A tecnologia está mudando a forma como produzimos, consumimos, nos relacionamos e, até mesmo, como exercemos a nossa cidadania. Agora é a vez de transformar também a maneira como aprendemos e ensinamos. Quando os computadores chegaram às escolas, nossa intenção era educar para o uso das tecnologias. Hoje usamos as tecnologias para educar. A promessa é que esses novos recursos tecnológicos nos permitam avançar na superação de três grandes desafios da educação.
O primeiro deles é a equidade:
• Ampliação do acesso ao conhecimento e a recursos educacionais diversificados;
• Personalização (inteligência artificial para acompanhar o que cada um aprendeu e como aprende melhor, tudo isso em tempo real, além da oferta do que cada um precisa, a partir dos seus interesses e ritmos)
O segundo desafio é o da qualidade:
• Um conjunto de recursos mais ricos, interativos, dinâmicos, que ajudam o aluno a compreender e utilizar o que aprende;
• Apoio ao professor na construção de estratégias pedagógicas mais eficazes;
• Disponível a toda hora, em qualquer lugar, inclusive dando mais autonomia para o aluno (coconstrutor).
O terceiro é o da contemporaneidade:
• Aprendizagem que dialoga com o universo dos alunos do século 21, intensamente mediado pelas tecnologias;
• Preparação para a vida presente e futura, que também demanda competências relacionadas ao uso de recursos tecnológicos.
Importante destacar que a tecnologia não vai resolver todos os problemas. É preciso mesclar o online com o off-line, no que se convencionou chamar de ensino híbrido (atividades no computador mesclada a experiências e interações presenciais, fundamentais para a promoção do desenvolvimento de forma integral). Também é preciso ter cuidado para que a tecnologia não crie apenas uma versão digital de práticas pedagógicas tradicionais. Não é mera substituição, mas oportunidade de fazermos coisas antes impossíveis. Novas abordagens, mais disruptivas, que possam trazer a educação para o século 21. Tecnologia não substitui o professor. Ao contrário, ela empodera os educadores, permitindo que abandonem atividades mecânicas ou repetitivas, como corrigir exercícios e dar aulas expositivas, e tenham mais tempo para atuar como mediadores, mentores e designers da aprendizagem. Assim como tem alto poder de contribuir, pode prejudicar, seja gerando muita dispersão, seja ampliando a desigualdade entre os que têm e os que não têm acesso. Para que a tecnologia possa de fato transformar a educação, é preciso:
Assegurar infraestrutura:
• Conectividade;
• Rede lógica com Wi-Fi;
• Equipamentos cada vez mais móveis;
• Uso quase transparente.
Garantir recursos digitais cada vez mais diversificados e qualificados:
• Fomentar produção por empreendedores, educadores e até alunos;
• Permitir que estejam disponíveis para escolas, professores e alunos de forma gratuita ou adquiridas pelas redes como o livro didático;
• Avaliar para que sejam sempre aprimorados.
Formar professores:
• Utilizá-las na própria formação para que eles se familiarizem;
• Oferecer referencias do que pode ser feito;
• Disponibilizar ferramentas;
• Usar para que troquem conhecimentos e práticas.
Mobilização da sociedade, especialmente famílias e alunos:
• Compreender como utilizar com propósito e da melhor maneira para que juntos possamos garantir o direito de todos os brasileiros a uma educação de qualidade, que prepare para a vida e permita a aprendizagem ao longo de toda a nossa existência.
Fonte: http://porvir.org/especiais/tecnologia/